Disciplina
/ Área: Todas.
Público
Alvo: Comunidade escolar.
Cronograma:
15
a 31 de agosto de 2018.
Apresentação:
O dia do Folclore é celebrado
internacionalmente, inclusive no Brasil, no dia 22 de agosto. Isso porque nessa
mesma data, no ano de 1846, a palavra “folklore”
(em inglês) foi inventada. O autor do termo foi o arqueólogo inglês William
John Thoms, que fez a junção de “folk”
(povo, popular) com “lore” (cultura,
saber) para definir os fenômenos culturais típicos das culturas populares
tradicionais de cada nação.
Sabemos que o folclore, ou
cultura popular, tem despertado grande interesse de pesquisadores de todo o
mundo desde o século XIX. É fundamental para um país conhecer as raízes de suas
tradições populares e cotejá-las com as de caráter erudito. Os grandes
folcloristas encarregam-se de registrar contos, lendas, anedotas, músicas,
danças, vestuários, comidas típicas e tudo o mais que define a cultura popular.
Muitos escritores extraem
do folclore a base de sua obra. É o caso, no Brasil, do paraibano Ariano
Suassuna. Entre os folcloristas brasileiros, os mais notáveis são Mário
de Andrade e Luís da Câmara
Cascudo. Desse último partiu a confecção do grande Dicionário do
Folclore Brasileiro, obra monumental que mantém viva a cultura popular das
várias regiões do Brasil.
Câmara Cascudo definiu o
folclore como: a cultura popular, tornada normativa pela tradição. Assim sendo,
a cultura popular também carrega uma sabedoria, um conjunto de conhecimentos
específicos, que se organizam, geralmente, em forma de mitos (narrativas) e
rituais (festas, cerimônias, etc).
O folclore manifesta-se de
muitas formas e em todas as regiões do mundo, pois a cultura popular é bastante
versátil e se desenvolve com força em qualquer povo. Da mesma forma que a
cultura erudita, ou a chamada “alta cultura” (literatura, música clássica,
poesia, teatro etc.), a cultura popular é de suma importância para a construção
da identidade de um povo, ou de uma civilização inteira.
O conjunto de lendas, de
provérbios, de encenações e festas, sempre concentra, em seu fundo, uma
sabedoria de conteúdo moral, tal como as fábulas e contos de fadas. Geralmente
é essa sabedoria que orienta as comunidades locais, que vivem circunscritas em
determinada tradição. A tradição folclórica do Brasil, por exemplo,
desenvolveu-se de variadas formas de acordo com as regiões do país. Esse
desenvolvimento se deu a partir da mistura das tradições dos principais povos
que se misturam em terras brasileiras; notadamente, povos africanos, os nativos
indígenas e europeus.
As principais lendas e
ritos do folclore brasileiro são: a do Saci-Pererê, da Iara, do Bumba meu boi, do Lobisomem e da Mula sem
cabeça. Muitas dessas
lendas são derivações de narrativas mitológicas dos povos europeus, como é o
exemplo da Iara, uma “sereia da Amazônia”, que remete às sereias da mitologia
grega, narradas por Homero, na Odisseia.
O folclore também associa-se
frequentemente às tradições religiosas, acrescentando elementos novos aos
rituais tradicionais. Grandes festas populares, como, no caso brasileiro,
o carnaval, e, no caso irlandês, o dia de São
Patrício, são
exemplos disso. O sincretismo religioso, isto é, as
misturas de rituais e crenças religiosas de várias tradições também compõem a
cultura brasileira. A prática de se “benzer” um doente, de se “fechar o corpo”
contra males, e outras variações disso, são expressão deste sincretismo.
As tradições populares são
conservadas por meio do folclore. Através de uma festa, como a do Bumba meu
boi, toda uma herança imaterial – isto é, um estoque de valores e sabedoria
tradicional é passado de geração em geração. É de suma importância, portanto, o
estudo e o conhecimento das práticas do folclore, não apenas do Brasil, mas de
todos os povos, das variadas regiões do globo.
FERNANDES, Claudio. Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/folclore. Acesso em 22 de agosto de 2018.
Justificativa:
O
folclore é uma das características fundamentais de nossa identidade nacional,
através dele nossos alunos desenvolverão senso de origem e pertencimento a um
grupo societário maior, construindo sua identidade ao passo que se tornam
cidadãos cientes dos valores e princípios positivos da cultura brasileira.
A
necessidade de manter viva a cultura popular de nosso povo, de forma a
proporcionar e divulgar o conhecimento e as informações tão necessárias na
construção de nossa história e identidade, nos levou a desenvolver este
projeto, que auxilia na compreensão do “Hoje”, baseado em experiências
anteriores, resgatando o “ontem”, sem que o mesmo se apague com tempo e as
novas gerações não tenham acesso a sua origem.
Objetivos:
- Proporcionar conhecimentos sobre o folclore brasileiro, identificando suas características e valores.
- Resgatar tradições.
- Valorizar o folclore brasileiro.
- Resgatar brincadeiras e músicas folclóricas.
- Desenvolver identificação com a identidade nacional brasileira.
- Exposição de objetos e brincadeiras típicas do folclore brasileiro como pipas, bilboquê, bolinhas de gude, lata-fone, pé de lata, pião, peteca, vai e vem, artesanatos, entre outros.
- Montagem de painéis com literatura de cordel, trava-línguas, cantigas de roda, provérbios populares, O que é? O que é?, parlendas e lendas com seus personagens tais como: Lobisomem, Iara, Boto cor-de-rosa, Boitatá, Mula sem Cabeça, Boi Bumbá, Curupira, Cuca, Negrinho do Pastoreio e Saci-Pererê.
- Concurso cultural de adivinhação das sementes de uma abóbora.
- Exposição de livros sobre o folclore, com os seguintes títulos: Terra Grávida de Betty Mindlin, No meio da noite escura tem um pé de maravilha! De Ricardo Azevedo, Histórias de cordéis e folhetos, de Márcia Abreu, Contos Folclóricos Brasileiros, de Marco Haurélio, e Lendas Brasileiras, de Luís da Câmara Cascudo.
- Montagem de painel sobre o autor Mario de Andrade, estudioso do folclore nacional.
- Exibição da peça teatral “Nosso Mundo, Nossa História, Nosso Folclore”.
- Circuito de brincadeiras folclóricas: telefone sem fio, mímica, amarelinha, pula corda, corrida do ovo, cabo de guerra, dança da cadeira e corrida do saco.
- Degustação de arroz doce.
Cartolina, fita adesiva,
papel sulfite, EVA emborrachado, EVA com glitter, cola, feltro, textos, figuras
impressas, barbante, papel celofane e livros.
Avaliação:
Será realizada a partir da observação da participação e
interesse dos alunos na exposição e outras atividades desenvolvidas. Também
serão distribuídos prêmios aos alunos ganhadores das competições do Circuito de
brincadeiras folclóricas.
Anexos:
TEATRO:
NOSSO MUNDO, NOSSA HISTÓRIA, NOSSO FOLCLORE
PRÓLOGO – Ruídos
de uma grande metrópole, como trânsito, sirenes, tiros, gritos, etc. Várias pessoas
entram. Vestem camisetas de cor cinza, que representam a poluição do lugar em
que vivem. A música começa baixinho e vai aumentando de intensidade,
substituindo os ruídos. As pessoas, hipnotizadas pela música, tiram as camisetas cinza. Por baixo do cinza, uma camiseta colorida. Começam a brincar de roda.
CENA 1: SE
ESSA RUA FOSSE MINHA
Se
essa rua
Se
essa rua fosse minha
Eu
mandava, eu mandava ladrilhar
Com
pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes
Para
o meu, para o meu amor passar
Nesta
rua, nesta rua tem um bosque
Que
se chama, que se chama solidão
Dentro
dele, dentro dele mora um anjo
Que
roubou, que roubou meu coração
Se
eu roubei, se eu roubei teu coração
Tu
roubaste, tu roubaste o meu também
Se
eu roubei, se eu roubei teu coração
É
porque, é porque te quero bem
CENA 2: CIRANDA,
CIRANDINHA
Ciranda,
Cirandinha
Vamos
todos cirandar
Vamos
dar a meia-volta
Volta-e-meia
vamos dar
O
anel que tu me destes
Era
vidro e se quebrou
O
amor que tu me tinhas
Era
pouco e se acabou
Por
isso, dona Eliane
Entre
dentro desta roda
Diga
um verso bem bonito
Diga
adeus e vá-se embora
Eliane:
Sou pequenininha,
Da
perninha grossa,
Vestidinho
curto,
Papai
não gosta.
CENA 3: PARLENDA
DO DOCE
O
doce perguntou pro doce:
Qual
é o doce mais doce do que o doce de batata doce?
E o
doce respondeu pro doce
Que
o doce mais doce do que o doce de batata doce
É o
doce de batata doce.
CENA 4: ADIVINHAÇÃO
O que é? O que é?
Que está sempre na sua frente, mas você não
vê?
Resposta: O seu nariz
CENA 5: ESCRAVOS
DE JÓ
Escravos
de Jó
Jogavam
caxangá
Tira,
põe
Deixa
ficar
Guerreiros
com guerreiros
Fazem
zigue zigue zigue zá
CENA 6: PARLENDA
DO TEMPO
O
tempo perguntou pro tempo
Quanto
tempo o tempo tem
E o
tempo respondeu pro tempo
Que
o tempo tem tanto tempo
Quanto
tempo o tempo tem
CENA 7: ADIVINHAÇÃO
O
que é o que é?
Que
quanto mais ela enxuga, mais molhada ela fica?
Resposta:
A toalha
CENA 8: LENDA
DO CURUPIRA
Agora vou contar para vocês sobre o Curupira.
A lenda do Curupira faz parte da mitologia dos índios tupis-guaranis. O nome
deste herói das matas é formado pela junção dos termos curu, parte inicial da
palavra curumim, menino, em tupi-guarani; e pira, que quer dizer corpo. A
versão mais conhecida é a do Curupira como uma espécie de anão, de cabelos
vermelhos e dentes verdes, protetor das árvores e dos animais. Torna-se
um perigoso inimigo daqueles caçadores que matam por prazer, e não por
necessidade, e costuma quebrar os machados de quem tenta abater as árvores.
Seus pés virados para trás deixam rastros falsos, despistando os caçadores. Diz
a lenda que quem o vê na floresta perde o rumo e não consegue mais encontrar o
caminho de volta. E também que é impossível capturá-lo. Para atrair suas
vítimas, o Curupira pode chamá-las com gritos que imitam a voz humana. De
acordo com a crença, ao entrar na mata a pessoa deve levar um rolo de fumo para
agradá-lo, caso cruze com ele.
CENA 9: ADIVINHAÇÃO
O
que é o que é?
Que
cai de pé e corre deitado?
Resposta:
A chuva
CENA 10: O
CRAVO BRIGOU COM A ROSA
O
cravo brigou com a rosa
Debaixo
de uma sacada
O
cravo saiu ferido
E a
rosa despedaçada
O
cravo ficou doente
A
rosa foi visitar
O
cravo teve um desmaio
E a
rosa pôs-se a chorar
CENA 11: TEREZINHA DE JESUS
Terezinha
de Jesus
De
uma queda foi ao chão
Acudiram
três cavalheiros
Todos
três de chapéu na mão
O
primeiro foi seu pai
O
segundo seu irmão
O
terceiro foi aquele
Que
Tereza deu a mão
CENA 12: ADIVINHAÇÃO
O
que é o que é?
Enche
uma casa, mas não enche uma mão?
Resposta:
O botão.
CENA 13: ALECRIM
Alecrim,
alecrim dourado
Que
nasceu no campo
Sem
ser semeado (bis)
Foi
o meu amor
Quem
me disse assim
Que
a flor do campo
É o
alecrim.
CENA 14: ADIVINHAÇÃO
O
que é o que é?
Que
mesmo atravessando o rio não consegue se molhar?
Resposta:
A ponte
CENA 15: HOJE
É DOMINGO
Hoje
é domingo, pé de cachimbo
O
cachimbo é de barro, bate no jarro
O
jarro é de ouro, bate no touro
O
touro é valente, bate na gente
A
gente é fraco, cai no buraco
O
buraco é fundo, acabou-se o mundo.
Painel sobre
o escritor Mario de Andrade, estudioso do Folclore Nacional:
Montagem
da exposição:
Exposição:
visitação e interação:
Encenação
da peça: “Nosso Mundo, Nossa
História, Nosso Folclore”:
Circuito de Brincadeiras
Folclóricas:
Encerramento,
Premiações e Degustação de Arroz Doce:
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