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quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Projeto Folclore: Resgatando Tradições


Disciplina / Área: Todas.

Público Alvo: Comunidade escolar.

Cronograma: 15 a 31 de agosto de 2018.

Apresentação:

O dia do Folclore é celebrado internacionalmente, inclusive no Brasil, no dia 22 de agosto. Isso porque nessa mesma data, no ano de 1846, a palavra “folklore” (em inglês) foi inventada. O autor do termo foi o arqueólogo inglês William John Thoms, que fez a junção de “folk” (povo, popular) com “lore” (cultura, saber) para definir os fenômenos culturais típicos das culturas populares tradicionais de cada nação.
Sabemos que o folclore, ou cultura popular, tem despertado grande interesse de pesquisadores de todo o mundo desde o século XIX. É fundamental para um país conhecer as raízes de suas tradições populares e cotejá-las com as de caráter erudito. Os grandes folcloristas encarregam-se de registrar contos, lendas, anedotas, músicas, danças, vestuários, comidas típicas e tudo o mais que define a cultura popular.
Muitos escritores extraem do folclore a base de sua obra. É o caso, no Brasil, do paraibano Ariano Suassuna. Entre os folcloristas brasileiros, os mais notáveis são Mário de Andrade e Luís da Câmara Cascudo. Desse último partiu a confecção do grande Dicionário do Folclore Brasileiro, obra monumental que mantém viva a cultura popular das várias regiões do Brasil.
Câmara Cascudo definiu o folclore como: a cultura popular, tornada normativa pela tradição. Assim sendo, a cultura popular também carrega uma sabedoria, um conjunto de conhecimentos específicos, que se organizam, geralmente, em forma de mitos (narrativas) e rituais (festas, cerimônias, etc).
O folclore manifesta-se de muitas formas e em todas as regiões do mundo, pois a cultura popular é bastante versátil e se desenvolve com força em qualquer povo. Da mesma forma que a cultura erudita, ou a chamada “alta cultura” (literatura, música clássica, poesia, teatro etc.), a cultura popular é de suma importância para a construção da identidade de um povo, ou de uma civilização inteira.
O conjunto de lendas, de provérbios, de encenações e festas, sempre concentra, em seu fundo, uma sabedoria de conteúdo moral, tal como as fábulas e contos de fadas. Geralmente é essa sabedoria que orienta as comunidades locais, que vivem circunscritas em determinada tradição. A tradição folclórica do Brasil, por exemplo, desenvolveu-se de variadas formas de acordo com as regiões do país. Esse desenvolvimento se deu a partir da mistura das tradições dos principais povos que se misturam em terras brasileiras; notadamente, povos africanos, os nativos indígenas e europeus.
As principais lendas e ritos do folclore brasileiro são: a do Saci-Pererê, da Iara, do Bumba meu boi, do Lobisomem e da Mula sem cabeça. Muitas dessas lendas são derivações de narrativas mitológicas dos povos europeus, como é o exemplo da Iara, uma “sereia da Amazônia”, que remete às sereias da mitologia grega, narradas por Homero, na Odisseia.
O folclore também associa-se frequentemente às tradições religiosas, acrescentando elementos novos aos rituais tradicionais. Grandes festas populares, como, no caso brasileiro, o carnaval, e, no caso irlandês, o dia de São Patrício, são exemplos disso. O sincretismo religioso, isto é, as misturas de rituais e crenças religiosas de várias tradições também compõem a cultura brasileira. A prática de se “benzer” um doente, de se “fechar o corpo” contra males, e outras variações disso, são expressão deste sincretismo.
As tradições populares são conservadas por meio do folclore. Através de uma festa, como a do Bumba meu boi, toda uma herança imaterial – isto é, um estoque de valores e sabedoria tradicional é passado de geração em geração. É de suma importância, portanto, o estudo e o conhecimento das práticas do folclore, não apenas do Brasil, mas de todos os povos, das variadas regiões do globo.

FERNANDES, Claudio. Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/folclore. Acesso em 22 de agosto de 2018.

Justificativa:

O folclore é uma das características fundamentais de nossa identidade nacional, através dele nossos alunos desenvolverão senso de origem e pertencimento a um grupo societário maior, construindo sua identidade ao passo que se tornam cidadãos cientes dos valores e princípios positivos da cultura brasileira.
A necessidade de manter viva a cultura popular de nosso povo, de forma a proporcionar e divulgar o conhecimento e as informações tão necessárias na construção de nossa história e identidade, nos levou a desenvolver este projeto, que auxilia na compreensão do “Hoje”, baseado em experiências anteriores, resgatando o “ontem”, sem que o mesmo se apague com tempo e as novas gerações não tenham acesso a sua origem.

Objetivos:
  • Proporcionar conhecimentos sobre o folclore brasileiro, identificando suas características e valores.
  • Resgatar tradições.
  • Valorizar o folclore brasileiro.
  • Resgatar brincadeiras e músicas folclóricas.
  • Desenvolver identificação com a identidade nacional brasileira.
Metodologia / Estratégias:
  • Exposição de objetos e brincadeiras típicas do folclore brasileiro como pipas, bilboquê, bolinhas de gude, lata-fone, pé de lata, pião, peteca, vai e vem, artesanatos, entre outros.
  • Montagem de painéis com literatura de cordel, trava-línguas, cantigas de roda, provérbios populares, O que é? O que é?, parlendas e lendas com seus personagens tais como: Lobisomem, Iara, Boto cor-de-rosa, Boitatá, Mula sem Cabeça,  Boi Bumbá, Curupira, Cuca, Negrinho do Pastoreio e Saci-Pererê.
  • Concurso cultural de adivinhação das sementes de uma abóbora.
  • Exposição de livros sobre o folclore, com os seguintes títulos: Terra Grávida de Betty Mindlin, No meio da noite escura tem um pé de maravilha! De Ricardo Azevedo, Histórias de cordéis e folhetos, de Márcia Abreu, Contos Folclóricos Brasileiros, de Marco Haurélio, e Lendas Brasileiras, de Luís da Câmara Cascudo.
  • Montagem de painel sobre o autor Mario de Andrade, estudioso do folclore nacional.
  • Exibição da peça teatral “Nosso Mundo, Nossa História, Nosso Folclore”.
  • Circuito de brincadeiras folclóricas: telefone sem fio, mímica, amarelinha, pula corda, corrida do ovo, cabo de guerra, dança da cadeira e corrida do saco.
  • Degustação de arroz doce.
Materiais Utilizados:

Cartolina, fita adesiva, papel sulfite, EVA emborrachado, EVA com glitter, cola, feltro, textos, figuras impressas, barbante, papel celofane e livros.

Avaliação:

Será realizada a partir da observação da participação e interesse dos alunos na exposição e outras atividades desenvolvidas. Também serão distribuídos prêmios aos alunos ganhadores das competições do Circuito de brincadeiras folclóricas.

Anexos:

TEATRO: NOSSO MUNDO, NOSSA HISTÓRIA, NOSSO FOLCLORE

PRÓLOGO – Ruídos de uma grande metrópole, como trânsito, sirenes, tiros, gritos, etc. Várias pessoas entram. Vestem camisetas de cor cinza, que representam a poluição do lugar em que vivem. A música começa baixinho e vai aumentando de intensidade, substituindo os ruídos. As pessoas, hipnotizadas pela música, tiram as camisetas cinza. Por baixo do cinza, uma camiseta colorida. Começam a brincar de roda.

CENA 1: SE ESSA RUA FOSSE MINHA

Se essa rua
Se essa rua fosse minha
Eu mandava, eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes
Para o meu, para o meu amor passar
Nesta rua, nesta rua tem um bosque
Que se chama, que se chama solidão
Dentro dele, dentro dele mora um anjo
Que roubou, que roubou meu coração
Se eu roubei, se eu roubei teu coração
Tu roubaste, tu roubaste o meu também
Se eu roubei, se eu roubei teu coração
É porque, é porque te quero bem

CENA 2: CIRANDA, CIRANDINHA

Ciranda, Cirandinha
Vamos todos cirandar
Vamos dar a meia-volta
Volta-e-meia vamos dar
O anel que tu me destes
Era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou
Por isso, dona Eliane
Entre dentro desta roda
Diga um verso bem bonito
Diga adeus e vá-se embora

Eliane: Sou pequenininha,
Da perninha grossa,
Vestidinho curto,
Papai não gosta.

CENA 3: PARLENDA DO DOCE

O doce perguntou pro doce:
Qual é o doce mais doce do que o doce de batata doce?
E o doce respondeu pro doce
Que o doce mais doce do que o doce de batata doce
É o doce de batata doce.

CENA 4: ADIVINHAÇÃO

 O que é? O que é?
 Que está sempre na sua frente, mas você não vê?
 Resposta: O seu nariz

CENA 5: ESCRAVOS DE JÓ

Escravos de Jó
Jogavam caxangá
Tira, põe
Deixa ficar
Guerreiros com guerreiros
Fazem zigue zigue zigue zá

CENA 6: PARLENDA DO TEMPO

O tempo perguntou pro tempo
Quanto tempo o tempo tem
E o tempo respondeu pro tempo
Que o tempo tem tanto tempo
Quanto tempo o tempo tem

CENA 7: ADIVINHAÇÃO

O que é o que é?
Que quanto mais ela enxuga, mais molhada ela fica?
Resposta: A toalha

CENA 8: LENDA DO CURUPIRA

Agora vou contar para vocês sobre o Curupira. A lenda do Curupira faz parte da mitologia dos índios tupis-guaranis. O nome deste herói das matas é formado pela junção dos termos curu, parte inicial da palavra curumim, menino, em tupi-guarani; e pira, que quer dizer corpo. A versão mais conhecida é a do Curupira como uma espécie de anão, de cabelos vermelhos e dentes verdes, protetor das árvores e dos animais. Torna-se um perigoso inimigo daqueles caçadores que matam por prazer, e não por necessidade, e costuma quebrar os machados de quem tenta abater as árvores. Seus pés virados para trás deixam rastros falsos, despistando os caçadores. Diz a lenda que quem o vê na floresta perde o rumo e não consegue mais encontrar o caminho de volta. E também que é impossível capturá-lo. Para atrair suas vítimas, o Curupira pode chamá-las com gritos que imitam a voz humana. De acordo com a crença, ao entrar na mata a pessoa deve levar um rolo de fumo para agradá-lo, caso cruze com ele.

CENA 9: ADIVINHAÇÃO

O que é o que é?
Que cai de pé e corre deitado?
Resposta: A chuva

CENA 10: O CRAVO BRIGOU COM A ROSA

O cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada
O cravo saiu ferido
E a rosa despedaçada
O cravo ficou doente
A rosa foi visitar
O cravo teve um desmaio
E a rosa pôs-se a chorar

CENA 11: TEREZINHA DE JESUS

Terezinha de Jesus
De uma queda foi ao chão
Acudiram três cavalheiros
Todos três de chapéu na mão
O primeiro foi seu pai
O segundo seu irmão
O terceiro foi aquele
Que Tereza deu a mão

CENA 12: ADIVINHAÇÃO

O que é o que é?
Enche uma casa, mas não enche uma mão?
Resposta: O botão.

CENA 13: ALECRIM

Alecrim, alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado (bis)
Foi o meu amor
Quem me disse assim
Que a flor do campo
É o alecrim.

CENA 14: ADIVINHAÇÃO

O que é o que é?
Que mesmo atravessando o rio não consegue se molhar?
Resposta: A ponte

CENA 15: HOJE É DOMINGO

Hoje é domingo, pé de cachimbo
O cachimbo é de barro, bate no jarro
O jarro é de ouro, bate no touro
O touro é valente, bate na gente
A gente é fraco, cai no buraco
O buraco é fundo, acabou-se o mundo.

Painel sobre o escritor Mario de Andrade, estudioso do Folclore Nacional:







Montagem da exposição:





















Exposição: visitação e interação:
































Encenação da peça: “Nosso Mundo, Nossa História, Nosso Folclore”:

















Circuito de Brincadeiras Folclóricas:





















Encerramento, Premiações e Degustação de Arroz Doce:















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