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segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Folclore: resgatando tradições!

          O dia do Folclore é celebrado internacionalmente, inclusive no Brasil, no dia 22 de agosto. Isso porque nessa mesma data, no ano de 1846, a palavra “folklore” (em inglês) foi inventada. O autor do termo foi o arqueólogo inglês William John Thoms, que fez a junção de “folk” (povo, popular) com “lore” (cultura, saber) para definir os fenômenos culturais típicos das culturas populares tradicionais de cada nação.

Sabemos que o folclore, ou cultura popular, tem despertado grande interesse de pesquisadores de todo o mundo desde o século XIX. É fundamental para um país conhecer as raízes de suas tradições populares e cotejá-las com as de caráter erudito. Os grandes folcloristas encarregam-se de registrar contos, lendas, anedotas, músicas, danças, vestuários, comidas típicas e tudo o mais que define a cultura popular.

Muitos escritores extraem do folclore a base de sua obra. É o caso, no Brasil, do paraibano Ariano Suassuna. Entre os folcloristas brasileiros, os mais notáveis são Mário de Andrade e Luís da Câmara Cascudo. Desse último partiu a confecção do grande Dicionário do Folclore Brasileiro, obra monumental que mantém viva a cultura popular das várias regiões do Brasil.

Câmara Cascudo definiu o folclore como: a cultura popular, tornada normativa pela tradição. Assim sendo, a cultura popular também carrega uma sabedoria, um conjunto de conhecimentos específicos, que se organizam, geralmente, em forma de mitos (narrativas) e rituais (festas, cerimônias, etc).

O folclore manifesta-se de muitas formas e em todas as regiões do mundo, pois a cultura popular é bastante versátil e se desenvolve com força em qualquer povo. Da mesma forma que a cultura erudita, ou a chamada “alta cultura” (literatura, música clássica, poesia, teatro etc.), a cultura popular é de suma importância para a construção da identidade de um povo, ou de uma civilização inteira.

O conjunto de lendas, de provérbios, de encenações e festas, sempre concentra, em seu fundo, uma sabedoria de conteúdo moral, tal como as fábulas e contos de fadas. Geralmente é essa sabedoria que orienta as comunidades locais, que vivem circunscritas em determinada tradição. A tradição folclórica do Brasil, por exemplo, desenvolveu-se de variadas formas de acordo com as regiões do país. Esse desenvolvimento se deu a partir da mistura das tradições dos principais povos que se misturam em terras brasileiras; notadamente, povos africanos, os nativos indígenas e europeus.

As principais lendas e ritos do folclore brasileiro são: a do Saci-Pererê, da Iara, do Bumba meu boi, do Lobisomem e da Mula sem cabeça. Muitas dessas lendas são derivações de narrativas mitológicas dos povos europeus, como é o exemplo da Iara, uma “sereia da Amazônia”, que remete às sereias da mitologia grega, narradas por Homero, na Odisseia.

O folclore também se associa frequentemente às tradições religiosas, acrescentando elementos novos aos rituais tradicionais. Grandes festas populares, como, no caso brasileiro, o carnaval, e, no caso irlandês, o dia de São Patrício, são exemplos disso. O sincretismo religioso, isto é, as misturas de rituais e crenças religiosas de várias tradições também compõem a cultura brasileira. A prática de se “benzer” um doente, de se “fechar o corpo” contra males, e outras variações disso, são expressão deste sincretismo.

As tradições populares são conservadas por meio do folclore. Através de uma festa, como a do Bumba meu boi, toda uma herança imaterial – isto é, um estoque de valores e sabedoria tradicional é passado de geração em geração. É de suma importância, portanto, o estudo e o conhecimento das práticas do folclore, não apenas do Brasil, mas de todos os povos, das variadas regiões do globo.


 FERNANDES, Claudio. Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/folclore

                                                                           Acesso em 22 de agosto de 2022.


     









































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