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terça-feira, 29 de outubro de 2019

Escorpionismo - conhecer para prevenir acidentes com escorpiões

O escorpião é um dos animais terrestres invertebrados mais antigos da Terra, entre os animais vivos. Seu exoesqueleto permitiu explorar o ambiente terrestre. Os escorpiões são invertebrados artrópodes, da classe dos aracnídeos e da ordem Scorpiones.

Estes animais possuem em torno de 2000 espécies espalhadas pelo mundo, menos na Antártida. Apesar de algumas espécies se adaptarem nos climas mais intensos (próximo a 0° ou 50°), a maior parte delas prefere temperaturas entre 20° e 40°.

São carnívoros e predam insetos e aranhas, principalmente, mas podem predar animais maiores, até mesmo pequenos vertebrados. Durante a reprodução há uma espécie de dança do acasalamento, que machos e fêmeas se unem pelas pinças girando. Após a cópula é comum o canibalismo, a fêmea come o macho. A maioria das espécies é ovovivípara (filhotes se desenvolvem dentro da mãe, em ovos que lá eclodem), mas algumas são vivíparas (possuem uma espécie de membrana equivalente a uma placenta). Após o nascimento, os filhotes andam no dorso (costas) da mãe até sua primeira troca de pele, quando conseguem se alimentar sozinhos. A longevidade depende da espécie, em torno de 5 anos de idade, mas há registros de mais de 20 anos em algumas espécies. A maturidade sexual ocorre depois do primeiro ano. O interessante é que existem algumas espécies que fazem a partenogênese, sem a necessidade de um macho para fecundar. São predados naturalmente por animais maiores, como aves, cobras, aranhas, etc.

No fim da cauda do escorpião existe um segmento chamado telson e as glândulas de veneno, é o chamado ferrão. Seu veneno contém substâncias neurotóxicas, enzimas, histaminas, entre outras. Todos os escorpiões produzem substâncias tóxicas, mas menos de 30 espécies podem causar a morte em humanos.

No Brasil, as duas espécies mais comuns em acidente são o escorpião amarelo (Tityus serrulatus) e escorpião preto (Tityus bahiensis). A picada de um escorpião causa muita dor local, febre, sudorese, dispneia e pode levar a óbito, principalmente crianças e idosos.    

Tem-se observado que escorpiões estão se adaptando ao ambiente urbano com grande facilidade, fato que colabora para o crescimento populacional da espécie, dada sua biologia e comportamento, e aumenta o potencial de acidentes devido a maior proximidade desses animais com grandes populações humanas.

A incidência de acidentes com escorpiões tem se intensificado principalmente nas duas últimas décadas. O tema tem chamado a atenção das autoridades e dos pesquisadores. Dados do Ministério da Saúde mostram que em 2018 foram 141,4 mil em todo o País. No ano de 2017, foram 125 mil e, em 2016, um total de 91,7 mil casos. O número representa um aumento de 16 mil ocorrências em relação a 2017, e um crescimento de quase 50 mil em relação a 2016. Em 2018, ainda segundo o Ministério da Saúdo, o Brasil teve 99 mortes e mais de 90 mil acidentes com escorpiões.

Na região de Presidente Prudente não é diferente, os ataques envolvendo tais animais peçonhentos cresceram 7,84%, até novembro de 2018, no DRS-11 (Departamento Regional de Saúde), ao se comparar com 2017, conforme dados atualizados pela Secretaria de Estado da Saúde. Já no início deste ano, o Centro de Controle de Zoonoses da cidade registrou aumento de 45,66% em infestação de escorpiões: 1.410 aparecimentos no último ano, enquanto que, em 2017, a incidência foi de 968.

O biólogo Antonio Carlos Lofego, Professor Doutor do Departamento de Zoologia e Botânica da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em São José do Rio Preto, destaca que o aumento da incidência em áreas urbanas está diretamente relacionado à alta adaptação desses animais ao ambiente antrópico, onde o ambiente favorece a sua proliferação. Ele explica que esses locais oferecem as três condições mais importantes para a sua sobrevivência: abrigo, alimento e ausência de predadores.

Estimam-se em 2,5 bilhões o número de pessoas em áreas de risco para escorpiões no mundo e em 1,2 milhão os casos anuais de envenenamento, com 3.500 mortes, causadas essencialmente pela demora em buscar o atendimento médico. “No Brasil, as picadas de escorpião são um problema de saúde pública emergente e negligenciado, com um número crescente de registros a cada ano”, lamenta o Dr. Monteiro.

Algumas hipóteses têm sido aventadas para explicar o aumento do escorpionismo, entre eles a questão do desmatamento, condições precárias de urbanização, e o aquecimento global, entretanto, parece não haver uma explicação viável.

Portanto, esse projeto tem por objetivo sensibilizar e mobilizar a comunidade escolar para o combate e controle dos escorpiões e na orientação dos alunos e de toda comunidade.

Referências bibliográficas:


http://www.imparcial.com.br/noticias/ . Acesso em 09/10/2019.

Manual de Controle de Escorpiões.


https://www.portalbueno.com.br/ .  Acesso em 09/10/2019.






















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