Disciplina/Área: Ciências
Humanas, Ciências da Natureza, Matemática e Sala de Leitura.
Publico Alvo:
Alunos do CEEJA “Prof. José Libânio Filho”.
Introdução:
O hábito da leitura, embora essencial no desenvolvimento das competências e habilidades de qualquer pessoa, é algo que não foi, histórica e culturalmente, aprendido pelos brasileiros. Desta forma, desenvolver esse hábito é, ao mesmo tempo, importante e desafiador a qualquer instituição de ensino. Consenso entre os estudiosos do assunto é o fato de que essa prática, para ser incorporada na sociedade, mesmo a escolar, deve ser desvinculada da ideia de ser apenas uma “tarefa da instituição de ensino”; e, sobretudo, desvinculada de um contexto de obrigatoriedade passível de punição – através de notas negativas em provas, por exemplo. Deve, portanto, se tornar um hábito tão natural, quanto é escovar os dentes ou comer com talheres – como nos conta Ana Maria Machado no excerto abaixo. Para tanto, o papel da escola é pensar estratégias que, ao mesmo tempo, possibilitem o acesso ao livro, criando estímulos e ambientes agradáveis e propícios para a leitura sem, no entanto, transformar o ato de ler em uma “obrigação penosa”, pois, neste caso, a escola presta um desserviço à leitura, afastando as pessoas dos livros, quando o objetivo é aproximá-las.
“Em palestras por esse Brasil afora, é muito comum que me
perguntem sobre o desafio de formar novos leitores. Ninguém pergunta sobre os
desafios de formar novos telespectadores, novos ouvintes de CD ou novos
torcedores de futebol. Nem mesmo sobre novos escovadores de dentes ou comedores
com garfos. Mas devia ser óbvio. Criança aprende pelo exemplo. Quando vê gente
usando talheres, amarrando sapatos, vendo televisão, torcendo por um time, vai
ter vontade de imitar. Se nunca vê ninguém a sua volta com livro na mão, nem
vai desconfiar que isso possa ser coisa que se faça fora da escola.” (MACHADO,
2001)
Justificativa:
Competências
fundamentais na formação de qualquer cidadão, as habilidades leitora e
escritora, por si só já justificariam esse trabalho. Porém, faz-se necessário
justificar, principalmente, a estratégia e metodologia deste projeto.
Esta
escola já oferece aos seus alunos, por meio da equipe de Linguagens e Códigos,
o projeto “LEI”. Este projeto é um excelente instrumento para capacitar o aluno
com as principais técnicas de escrita, pois aborda leituras diversas, nas quais
são avaliadas desde a compreensão do texto até as diversas regras de gramática
na língua culta. Parte integrante da disciplina de Língua Portuguesa e
Literatura, o projeto “LEI” é aplicado a todos os alunos que passam pela Área,
obrigatoriamente, e avaliado por provas que obedecem ao mesmo critério das
demais avaliações do CEEJA, ou seja, o aluno não avança para a disciplina
seguinte, antes de suprir suas dificuldades nesses quesitos.
No
entanto, ainda se observa uma resistência muito grande à leitura por parte dos
alunos. Não frequentam a biblioteca, além do necessário, para atingirem nota
suficiente nas avaliações obrigatórias; não possuem o hábito da leitura e, por
consequência, terminam o curso com uma habilidade leitora e escritora muito
aquém do que teriam, caso fossem leitores regulares por escolha própria. Faz-se
necessário, assim, a tentativa de uma nova abordagem.
Portanto, o presente projeto almeja
incentivar o aluno a tomar a decisão da leitura. Neste sentido, a escolha, por
parte do aluno, do livro, do tema ou mesmo se vai ou não ler, é fundamental,
pois, somente tendo a possibilidade de exercer seu livre arbítrio é que o
sujeito torna-se de fato autônomo.
“É só nas leituras desinteressadas que pode acontecer
deparar-se com aquele que se torna o ‘seu’ livro. [...]”
“O ‘seu’ clássico é aquele que não pode ser-lhe indiferente
e que serve para definir a você próprio em relação e talvez em contraste com
ele.” (CALVINO, p.13. 1993)
Objetivos:
·
Incentivar o hábito da leitura e da
escrita nos alunos do CEEJA Prof. José Libânio Filho.
·
Desenvolver as habilidades leitora e
escritora, abordando todas as áreas do conhecimento abrangidas pelas
disciplinas do CEEJA.
·
Estimular o uso da sala de leitura
desta escola.
·
Vincular a prática do hábito de ler
a algo prazeroso e saudável intelectualmente, e não apenas a algo obrigatório
como um dever escolar.
Metodologia / estratégias:
Haverá
uma escolha de livros e/ou textos diversos (contos, crônicas, poesias, etc.)
pelos professores das Áreas do Conhecimento envolvidas neste projeto. Para cada
uma destas Áreas, os professores escolherão pelo menos 5 (cinco) livros que
poderão ou não, ter, em seus temas, relação direta com as disciplinas, pois o
objetivo principal é incentivar a leitura de livros da literatura universal.
Caberá
também aos professores de cada área fazer o trabalho de incentivo à leitura,
por exemplo, conversas com os alunos sobre a importância da leitura ou sobre os
títulos indicados, decoração com propagandas sobre os livros selecionados,
entre outras estratégias a serem definidas por cada equipe.
Após
a leitura de um dos livros selecionados, o estudante, orientado pela professora
responsável pela sala de leitura, preencherá uma ficha de leitura, esta será
composta por diversas questões e também por um texto escrito, trabalhando assim
as competências leitora e escritora.
Em
seguida, a professora fará a correção da ficha, orientando o aluno sobre
possíveis falhas para que ele possa corrigir seus erros e tirar dúvidas. Quando
a professora considerar que a ficha está preenchida corretamente, o estudante
obterá 1 (um) ponto a ser utilizado em uma ocasião de sua escolha, nos mesmos
moldes das Oficinas, num prazo de 1 (um) ano.
As
regras serão:
·
A escolha ou não de um ou mais
livros, assim como o preenchimento da ficha de leitura será totalmente por
opção do aluno.
·
O aluno que quiser ler um ou mais
dos livros selecionados, deverá preencher a ficha de leitura para pleitear um
ponto.
·
Para conseguir o ponto, o aluno
deverá, obrigatoriamente, passar por todos os procedimentos de preenchimento e
correção da ficha de leitura elencados acima.
Evidentemente,
por destinar-se ao público e condições singulares do CEEJA, faz-se necessário
que o processo seja simples o suficiente para ser viável. O preenchimento da
ficha de leitura sobre o livro escolhido é ao mesmo tempo o desafio do aluno a
si mesmo, e o instrumento que permitirá a professora, responsável pela Sala de
Leitura, avaliar se o livro foi realmente lido.
Desta
forma, o estímulo inicial para que o aluno procure a Sala de Leitura será o
“ponto bônus” (que já se mostrou eficiente em outros projetos, como o das
Oficinas), porém, espera-se que a partir daí surja o interesse por outros
livros não selecionados.
Cronograma: Anual.
Recursos Utilizados:
Ambientes
favoráveis à leitura; livros, contos, crônicas, poesias e textos diversos;
cartazes de divulgação, banners e
demais materiais que se fizerem necessários ao longo da implantação e
manutenção do projeto.
Avaliação:
Visto
o caráter motivacional deste projeto, a avaliação de seus resultados será feita
semestralmente nos Planejamentos e Replanejamentos do CEEJA, sempre levando em
consideração que se trata de um projeto de médio e longo prazo. Os resultados
positivos poderão ser observados, primeiramente, pelo número de fichas de
leitura preenchidas. A retirada espontânea de livros da Sala de Leitura será a
indicação de que o objetivo está sendo alcançado. Após a leitura de um livro, o estudante, mediante orientação,
poderá, a seu critério, preencher uma ficha de leitura, esta será composta por
diversas questões e também por um texto escrito, trabalhando assim as
competências leitora e escritora. Em seguida, será realizada a correção da
ficha, orientando o aluno sobre possíveis falhas para que ele possa corrigir
seus erros e tirar dúvidas. Quando a ficha estiver preenchida corretamente, o
estudante obterá 1 (um) ponto a ser utilizado em uma ocasião de sua escolha num
prazo de 1 (um) ano.
Referências:
CALVINO, Ítalo. Por que ler os clássicos. Tradução Nilson Moulin – São Paulo:
Companhia das Letras, 1993. p 13.
MACHADO, Ana Maria. Texturas: sobre leituras e escritos. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira. 2001.
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